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Dona Edinalva, interpretada por Zezé Polessa, está sempre despombalecida na novela. E aí, sabe o que é isso? |
A novela A Força do Querer, da Rede Globo, trouxe para o horário nobre um pedacinho do Pará. As expressões, a música e a relação com a terra natal são traços dos personagens da fictícia cidade de Parazinho.
Expressões regionais como "égua" e "tu é lesa, é?", faladas aos montes pelos personagens, encantam e intrigam. Elas são essenciais para a identificação cultural paraense, segundo a professora de Letras da Universidade Federal do Pará, Marilucia Oliveira. "Muitas expressões têm relação com a vida do paraense. 'Muito palha', por exemplo, corresponde a muito ruim ou muito fraco porque tem relação com as casas de palha do interior", explica.
Fora as gírias, duas características marcam o falar típico do estado. Segundo a professora, o pronome tu (e com a conjugação correta) é muito usado. E, na maioria das vezes, o l é pronunciado som de lh. "Assim, galinha, lindo, inteligente pronunciam-se, geralmente, como galhinha, lhindo, intelhigente", completa.
Apesar de nacionalizar a cultura paraense, a novela também recebe críticas dos próprios paraenses quanto ao aspecto linguístico -- com o argumento de que reforça alguns estereótipos e não reflete a realidade.
"Ouço comentários negativos referentes à forma como representam o falar paraense. Primeiramente, há um exagero no uso de determinadas expressões. Também há uso de expressões em contextos poucos ou não usados. Além disso, alguns usos são inadequados quando se trata da prosódia, do ritmo usados pelos paraenses. Em certos contextos, usam-se expressões utilizadas no estado, mas com ritmo próprio do Nordeste. Isso altera muito a forma do dizer paraense e é logo reconhecido como estranho por nós", avalia a professora.
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